“Adeus, Ramee Hotel aka La CucaracHotel”

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 “La cucaracha”

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Olá, pessoal da pesada!

Vim com um delay de três dias anunciar o final de uma fase nesta aventura arábica. Esta etapa teve como ponto comum o facto de toda a equipa estar hospedada em Abu Dhabi, mais propriamente na cadeia de hotéis Ramee, esse hino à arte de bem receber, senão vejamos…

No meu andar, o 1º (Room 106), e vou dizê-lo em jeito de livro amarelo (que até é uma cor adequada tendo em conta que não remete para a ideia de Imaculado) – já não é a primeira vez que digo esta “piada”. Estou a ficar previsível… Adiante!:

  • Por estar paredes-meias com a conduta do lixo, o cheiro era tanto de sui generis como de insuportável. Quem partilhou o andar comigo, não me deixa mentir. Já estava tudo formatado para entrar em apneia mal ouvisse o “dlim-dlão” do elevador a anunciar a subida ao primeiro piso e a descida ao inferno. 
  • Também por causa da dita conduta, não eram raros os sustos, e mesmo saltos, à conta da panóplia de objectos que caíam a pique dos muitos andares acima do meu. Numa noite que dormi no sofá, mandei um salto que desafiou as leis da gravidade, atingindo, à vontade um bom palmo…
  • Ainda, e sempre, pela mesma razão, era um piso bastante apreciado por um animal pelo qual os humanos não alimentam grandes paixões. A Barata, que deu origem ao nome não oficial deste hotel.

Nem mesmo La Fontaine, conhecido por recorrer aos animais para ilustrar os seus contos a que associava boas e más características na conduta humana, com uma lição a aprender… Tanto quanto sei, as baratas nunca foram tidas nem achadas. Alguns até podem dizer: “Sim, Vítor, mas La Fontaine ainda nem sequer conhecia as teorias da Origem das Espécies de Charles Darwin por isso não tinha a obrigação de a incluir nos seus contos.” Ok… Dá-se o benefício da dúvida. Então o que dizer da negligência actual? Em nenhum filme, banda desenhada, livro, me lembro de ver um Cock Roach Man! Mas há Spidermans, Batmans, os Motoratos de Marte, as Tartarugas Ninja, o próprio Michael Knight…

Ok, ok… Apanharam-me!

Esta conversa da treta é uma tentativa – frustrada pelo que vejo – de me redimir, porque pequei.

Eu matei as duas primeiras das cerca de 15 que vi desde que me tinha instalado no Ramee (3 de Setembro de 2008). A segunda a conhecer a sola dos meus ténis, a Deolinda, ficou à porta da minha casa três semanas a guardar-me os aposentos (ou, sem rodeios ou eufemismos, a fazer de barómetro de limpeza do hotel). Se num belo dia, não me virasse para um dos meus amigos das limpezas: “Má frénde, have I introduced you to Deolinda? Say hello to my friend, Deolinda…”. Disse-o numa boa e trocámos umas gargalhadas. Aliás, desde desse dia comecei a falar mais com a malta das limpezas. Indianos e banglas, sobretudo. Aprendi umas coisas, nomeadamente palavras em cada uma das línguas o que tem sido convertido em sorrisos e descontos em lojas, nomeadamente nos Souks (zonas em que se compra mais barato, o equivalente às feiras portuguesas, mas sem gritos e mais negociação: “É míleee! É prá menina e pró menino! Aiiii, baia.. Vá lá vêreee!”).

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Resta-me terminar com uma citação do Girão: “Mudámos de 8 para 8000”. Agora estou no Dubai, num hotel fantástico que no próximo post descreverei com mais detalhe. De qualquer maneira, para os que não aguentam a espera, aqui fica um apetizer.

Forte abraço,

PS: Aproveito para deixar um pedido: Votem em tudo o que diz respeito ao PUBLICO, principalmente no video do Chiado. As votações estão no fundo da página.

Votação para os Prémios de Ciberjornalismo

Obrigado.

~ por vitormartinho em Novembro 26, 2008.

3 Respostas to ““Adeus, Ramee Hotel aka La CucaracHotel””

  1. Tratas-te mal, tu! Besito (ainda com a tola em España)

  2. Muito bem a explicação das dificeis passagens que tivemos no 1º andar desse grande CucaracHotel, vulgo, Ramee… Posso confirmar todas as virgulas aqui descritas em relaçao ao comentário do Girão sobre a mudança de casa, acrescento que os 3 meses de convivio com as baratas foram bem recompensados… 🙂

    Abraço do Al Ramalah…

  3. Tenho saudades de me rir contigo até me doer a barriga. Ler-te é quase-quase ouvir-te a falar. Amo-te.

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